Cada um dos 11 povos do Alto Xingu, na parte Sul do Parque Indígena do Xingu, fala uma língua diferente e tem uma identidade própria, mesmo que seus costumes, modo de vida e visão de mundo sejam semelhantes. Fazem diversos intercâmbios culturais entre si, como casamentos, trocas e rituais inter-aldeias, mas celebram suas diferenças.
Hoje, o Parque Indígena do Xingu é uma ilha de florestas, cerrados, campos e pantanais bem preservados em meio ao pasto e à monocultura das fazendas do entorno, que ameaçam sua rica sociobiodiversidade e recursos naturais. Nele estão as grandes aldeias circulares dos xinguanos, um padrão cultural histórico.
Um dos principais símbolos do Alto Xingu é o Kuarup, ritual funerário que celebra a solidariedade entre as aldeias e engloba muitos aspectos da cosmologia dos diferentes povos da região, como os mitos de criação da humanidade, a classificação hierárquica dos grupos, a iniciação dos jovens e as relações entre as aldeias.
O ritual do Jawari, a festa da guerra, e o ritual do Yamurikumã, protagonizado pelas mulheres, também mostram a forte articulação, e troca de saberes, entre as aldeias.